sexta-feira, 23 de junho de 2017

A ARTE DE AMAR.

PODER DA NECESSIDADE.
Por que escolho sempre o mesmo tipo de pessoa para me envolver?

Sou capaz de assegurar que você não precisou sair de sua caverna, hoje, pela manhã, pra caçar, para poder degustar seu café da manhã saboroso, certo? Então, bastou você ir até à padaria ou mercado de sua preferência e buscar o alimento pronto para consumo.
Ou seja, a sua necessidade de alimentar-se, o instinto de sobrevivência, fez com que você precisasse de outro.
A necessidade de conviver com o outro é filho da necessidade. E, por falar nisso, temos necessidades, de todo tipo e para cada situação. Necessidade de alimento, aprender, sobreviver, lutar, proteger, fugir e, claro, a mais significativa, a de sermos amados.
De fato, nossas necessidades nos empurram para relações, assim, dependemos do padeiro, do homem do campo, do motorista, da cozinheira. Na impossibilidade de sermos autossuficientes precisamos nos relacionar com o outro.
Se toda necessidade nos obriga a depender do outro e constrói relacionamentos, já parou para imaginar quando a necessidade é de ser amado?
Como escolhemos a pessoa que vai suprir essa necessidade de amor?
Será que escolhemos de fato?
Tal pessoa está apta a nos amar?
Sabemos amar a nós mesmos?
Como saber a hora de terminar uma relação que não é mais saudável?
Por que sempre escolhemos o mesmo tipo de pessoa?
Qual a motivação que nos faz sofrer para tentar amar?
Como nos relacionamos conosco mesmos? Fomos amados? Sabemos amar?
Ufa! Tantas perguntas e pouquíssimas respostas e certezas.
A maior necessidade do ser humano é a de amar e ser amado. Portanto, por necessidades não tão significativas já arrumamos uma confusão danada, certo?
Houve uma época que não precisávamos de esforço para nos mantermos vivos. Por exemplo, dentro do útero não precisávamos de esforço nem mesmo para respirar. Depois do "bendito" corte do cordão umbilical, a vida espera de nós esforço, trabalho e vontade para continuarmos aqui do “lado de fora”.
A trajetória é rápida demais, em instantes aprendemos a falar, andar, manusear os talheres, a cuidar da higiene corporal.
No entanto, uma das últimas habilidades é aprender a cuidar de nossas emoções, sermos seguros, aprendermos a saber quando vale à pena continuar num relacionamento afetivo.
Eita!! Coisa difícil, né?
A nossa dependência inicial, nossa fragilidade total nos primeiros instantes de vida nos confunde. De algum modo, acreditamos que a nossa realização pessoal, o cuidado conosco virá de “fora”. Um número expressivo de pessoas, acreditam, especificamente, que advém de um relacionamento afetivo.
Apesar de termos crescido, aparentarmos ser adultos, ainda continuamos nos comportando com crianças inseguras e indefesas, frequentemente esperando que o outro venha ao nosso socorro emocional.
O relacionamento em alguns casos é a institucionalização ou o álibi de uma muleta emocional, sem estar lembrando que agora, sim, nós somos capazes de cuidar de nós mesmos sem precisarmos ficar apreensivos e temerosos de não termos nossas necessidades emocionais-carências, supridas pelo outro. A necessidade emocional desse quilate faz com que entendamos que ela não nos confere o direito de exigir do outro o cuidado que, nem mesmo, nós conseguimos dispensar a nós mesmos.
A necessidade de ser amado é indiscutível. Contudo também é um dever termos consciência de que torna-se imprescindível sermos capazes de viver por nós mesmos e não apenas em prol do outro. Por fim, saber que nossa necessidade não deve aprisionar nosso direito de escolha de uma relação assertiva, saudável e benéfica sem a expectativa de sermos salvos por relacionamentos milagrosos.
MARCOS BERSAM.
psicólogo
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