quinta-feira, 6 de outubro de 2016

VIVENDO ANSIOSAMENTE.

Oceano de Distração.
Epidemia de Ansiedade.
Depois da bola de cristal ter voltado da oficina, resolvi testá-la nesse artigo para ver se tinha voltado ao normal. Avesso a bruxarias, o artigo pode causar perplexidade nos céticos de plantão. A coincidência de veracidade descritas, aqui, no texto, é apenas fruto de uma imaginação combinada com o testemunho ocular de como anda a mente das pessoas.
Nesse exato momento, permita fazer uma retrospectiva dos últimos acontecimentos. Afinal, seu celular parece bambu em tempestade querendo cercar o vento, ou seja, milhares de mensagens chegam a todo instante. Aquele grupo que você já colocou no silencioso durante 01 ano teima em inundar a memória do celular com vídeos de péssimo gosto.
São tantas mensagens que você começa a ver por partes, aliás, pula a maioria delas. Não consegue ler uma mensagem do início ao fim, os áudios você nem abre mais. O grupo que você participa já está incomodando mais do que tudo, só falta a coragem de sair.
Certa vez, uma pessoa me revelou que ficou mais de 02 horas, no fim de semana, apagando vídeos, claro, para liberar a memória do celular.
Então lhe perguntei:
Por que não sai do grupo?
-Não tem jeito! Eles ficarão chateados.
O oceano de distrações nos cerca de forma covarde. Como dar atenção a tanta coisa ao mesmo tempo? As mesas das pizzarias estão repletas de pessoas cabisbaixas verificando mensagens, ninguém fugiu tanto do presente como nos dias atuais.
A ansiedade dos tempos modernos aproveita o celular para dizer de forma indireta para a pessoa que está ao seu lado o seguinte:
-Não me interesso por você!
-Quero ir para outro lugar!
-Aqui está ruim!
-Lá é melhor do que aqui!
A paciência e tolerância são habilidades que não dialogam com o sujeito ansioso, assim, numa época que tudo tem que ser rápido, veloz e urgente não temos espaço para “futilidades”. Amantes não conseguem perder tempo de fechar os olhos para beijar, serem felizes sem postar um foto, por exemplo.
Algumas pessoas precisam se certificar de que os amigos do face estão vendo fotos de felicidade no exato momento em que estão em viagem de férias.
- Qual o motivo de termos necessidade de tantas testemunhas?
- Estamos felizes ou eufóricos?
O dia ficou pequeno, o seu trabalho lhe permitiu comprar todos os aparelhos de entretenimento e você continua vivendo no tédio absoluto. A cama dos seus sonhos foi comprada recentemente, porém, não conseguiu financiar a paz de espirito e o sono necessários. Os pesadelos vieram junto com o bem estar.
Sem contar que não se lembra mais direito das coisas, sua memória começa a falhar, junto com dificuldade de se concentrar. O descanso é visto, por vezes, com culpa. Atualmente, você tem a melhor suíte, porém, quando comprou o colchão não te venderam junto o sono necessário. No máximo, obteve de brinde pesadelos.
Assim você quer que o elevador chegue mais rápido, com isso, fica apertando sem parar o botão no andar do desatino; a comida no microondas não pode aguardar o apito do término, a irritação quando seu celular demora para encontrar rede ou quando o seu computador demora a ligar.
Tudo que é lento te irrita.!
Por fim, as pessoas começam a te irritar, por exemplo, os primeiros a sofrer são os velhos e as crianças. Então, seu filho te irrita com tanta pergunta; seus pais lentos pela própria idade sofrem com sua impaciência.
Afinal, você tem pressa.
A ansiedade emoldura suas atitudes. No trabalho aquele amigo mais lento te irrita, seu emagrecimento não aconteceu na velocidade que a dieta prometeu, a felicidade não chegou no tempo esperado, muito menos sua promoção.
Num oceano de distrações você não foca em nada, perde oportunidades únicas. A verdade é que tudo que é necessário precisa da calma para ser contemplado. A pressa inverte a hierarquia do que é urgente, necessário, importante e supérfluo.
Você acorda cansado, extenuado e não aguentando mais a rotina. Quando imagina que vai descansar ainda tem que responder uma mensagem urgente no celular na hora do jantar, e ainda precisa ver o noticiário da noite.
Afinal, disseram para você ficar bem informado do que acontece no mundo exterior.
E, lá dentro do seu mundo interior tem um letreiro luminoso dizendo:
-Diminua o senso de urgência!
Marcos Bersam
Psicólogo
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