segunda-feira, 31 de outubro de 2016

PROGRAMADA PARA OBEDECER.

CARTILHA DA “BOA MOÇA”


A programação tinha acontecido lá na adolescência, assim você tentou seguir a cartilha da “boa moça”. Afinal, sempre foi adestrada socialmente, muitas vezes, sua educação foi um esboço pálido de um condicionamento. Naquela oportunidade você tinha que fazer sem perguntar, obedecer sem questionar.

Por isso, sempre lhe foi dito o seguinte:

-Manda quem pode!
-E obedece quem tem juízo.
O clima de sua família reforçava a crença de que uma “boa moça” tinha que ter cautela e paciência. A independência emocional sempre foi um artigo de luxo. Os seus sacrifícios eram justificado pela certeza de que ao chegar no mundo adulto e num futuro não tão distante, em tese, desfrutaria da glória de ser recompensada com os louros da felicidade.
O tempo passou sem você perceber, então eis que levanta um dia tendo aquilo que te falaram que traria felicidade, ou seja, um casamento, profissão, filhos e uma família igual aquelas de comercial de margarina. Sem conseguir localizar onde errou, sente o gosto amargo da frustração de não sentir-se feliz.
As pessoas que te olham imaginam que você tem uma vida de contos de fada, no entanto, como aprendeu a não contrariar as expectativas alheias, faz coro com a imagem que você construiu. Afinal, você não tem coragem de desmontar na altura da vida a imagem de “boa moça” feliz.
Então, prisioneira de um ego cansado, você, teima em ser o que os outros esperam que seja. A sua essência ficou negligenciada. 
A ansiedade acampou na sua rotina, por exemplo, convive com a inveja daquela sua amiga que não sabe da realidade de sua vida. Naquele instante o problema não é cobiça velada, mas, sim a saudade de algo que nunca teve.

Afinal, na sua intimidade você sabe que algo não vai bem na sua vida, as aparências não são reais. De modo solitário, você se sente culpada, aliás chega a pensar:
Não posso reclamar, tenho tudo!

De certa forma tem tudo que disseram que faria você feliz e realizada, suas prioridades sempre foram as que pertenciam ao “outro”.
A dúvida, às vezes, é apenas um grito desesperador de não querer mais ter as certezas alheias.
Chega um dia que a certeza do “outro” não cabe mais na sua vida, daí mesmo em meio a ansiedade opta em conviver com a dúvida e incerteza.
A situação é desesperadora, pois junto com a culpa você sente-se solitária. A situação de sentir-se única e sozinha nesse lamaçal existencial confisca a esperança de mudar. Nesse momento, você, tem pressa de resolver a sua vida, porém, nem ao menos sabe onde quer chegar.
Quando estamos com pressa, sem termos decidido o destino, costumamos caminhar no sentido oposto da chegada. O alívio chega sem alarde e de forma singela, quando você fica sabendo o seguinte:
- Você não está sozinha!
Marcos Bersam

Psicólogo
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