domingo, 14 de agosto de 2016

Não posso ou não mereço?

Não posso ou não mereço?

Não soube precisar quantas vezes já tinha ouvido a mesma frase:  Ah! Você sabe que não posso!
Assim a recusa era certeira,  quando o tema  sugeria convites para qualquer coisa que lembrasse férias, viagem,  lazer ou entretenimento. A culpa ficava de sentinela na fala. A resposta dogmática de recusa diante de qualquer convite inervava qualquer pessoa. Na verdade existem muito mais pessoas que não se consideram merecedoras do que pessoas que não podem algo. Acreditar que não é merecedor constrói uma atmosfera de impedimento para as oportunidades da vida. Se você tem o hábito de dizer que não pode, faça um inventário de honestidade interno e verifique se você considera-se merecedor.

Adestrado e condicionado desde os primeiros anos de vida por um pai austero e uma mãe amedrontada construiu uma crença de que para ter sucesso e conseguir algo na vida deveria fazer um opção restritiva diante do prazer. O sacrifício era uma fuga,  o trabalho um álibi para a dureza a vida, em parte, pela crença de que não merecia.  Na cabeça daquele jovem não era possível conciliar obrigação com prazer,  então,  quando convidado para algo que sugeria prazer não  tinha dúvida em declinar.

A  saída durante toda a vida daquele jovem rapaz foi acreditar que não podia, porém,  o autoconhecimento começou a revelar que a questão era mais profunda, ou seja,  justificar o seu impedimento por uma frase dogmática e sem lógica,  sem considerar a honestidade pessoal já não era possível. Na verdade ele podia;  sim, entretanto, não se considerava merecedor. A questão é que ficamos impedido de poder ou até mesmo de querer,  enquanto não nos  sentirmos absolvidos da culpa de não merecer. Finalmente; antes de poder precisamos acreditar que merecemos.

Marcos Bersam
Psicólogo

whats: 32 -98839-6808
email: marcosbersam@gmail.com
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