Não posso ou não mereço?
Não soube precisar quantas vezes
já tinha ouvido a mesma frase: Ah! Você sabe
que não posso!
Assim a recusa era certeira; quando o tema sugeria convites para qualquer coisa que
lembrasse férias; viagem; lazer ou entretenimento. A culpa ficava de sentinela na
fala. A resposta dogmática de recusa diante de qualquer convite inervava
qualquer pessoa. Na verdade existem muito mais pessoas que não se consideram
merecedoras do que pessoas que não podem algo. Acreditar que não é merecedor
constrói uma atmosfera de impedimento para as oportunidades da vida. Se você
tem o hábito de dizer que não pode; faça um inventário de honestidade interno é
verifique se você considera-se merecedor.
Adestrado e condicionado desde os
primeiros anos de vida por um pai austero e uma mãe amedrontada construiu uma
crença de que para ter sucesso e conseguir algo na vida deveria fazer um opção
restritiva diante do prazer. O sacrifício era uma fuga; o trabalho um álibi
para a dureza a vida e principalmente pela forma severa de se ver. Na cabeça daquele jovem não era possível conciliar
obrigação com prazer; então; quando convidado para algo que sugeria prazer
não tinha dúvida em recusar.
A saída
durante toda a vida daquele jovem rapaz foi acreditar que não podia; porém; o
autoconhecimento começou a revelar que a questão era mais profunda ou seja; justificar o seu impedimento por uma frase
dogmática e sem lógica ; sem considerar a honestidade pessoal. Na verdade ele podia
; sim; entretanto; não se considerava merecedor. A questão é que ficamos
impedido de poder ou até mesmo de querer; enquanto não nos sentirmos absolvidos da culpa de não merecer.
Finalmente; antes de poder precisamos acreditar que merecemos.
Marcos Bersam
psicólogo
Nenhum comentário:
Postar um comentário