terça-feira, 12 de julho de 2016

A ARTE DE DESAPRENDER.

Num mundo que sempre nos disseram que temos que aprender tudo, assim desde os primeiros instantes de vida os pais estão ávidos a matricular seus rebentos nos mais diversos cursos. Afinal aprender nunca é demais, certo? Errado!  Aí temos uma legião de pessoas formadas, mas não trans-formadas. O conhecimento que não transforma apenas ocupa espaço no almoxarifado de sua mente. A grande verdade é que ,às vezes,  precisamos desaprender conceitos e crenças, embora possa parecer insano tal conselho. Algumas pessoas no consultório dizem pra mim: Ah!  Quero que você me ensine sobre isso. No entanto, para surpresa dela proponho que ajude ela a desaprender , gradativamente, o que acha que sabe. De fato, num primeiro momento a pessoa se assusta com minha proposta. A sensação de confisco é inevitável.

O bom terapeuta é aquele que reconhece que não é professor, ou seja, não aceita a sedução de ocupar o lugar de saber; mas encarna o papel de restaurador de crenças, inclusive tendo paciência para fazer o outro desaprender o que achava saber.  A verdade é que crescemos acreditando em conceitos que nos aprisionam na mesmice, em tese, graças a condicionamentos durante toda uma vida.  Alguns ainda continuam acreditando que precisam: 
Sacrificar para ter sucesso! Ter alguém para ser feliz! Ser bonzinho para ser amado! Se você não  for para a escola, logo  não será ninguém! Se não formar vai passar dificuldade! Precisa de estabilidade no emprego! Aprender nunca é demais!

A arte de desaprender é mais difícil do que aprender, quando nos dispomos a desaprender e reconhecer que entulhamos nossa mente com conteúdos impróprios e desajustados para uma época diferente. Decerto, admitir que entulhei minha mente com coisas inúteis é um exercício de coragem, pois gostamos de colecionar crenças.

Assim sendo, reconhecer aquilo que  nos foi ensinado está ultrapassado é doloroso, onde o aperto no peito é inevitável. Por vezes, no sentimos culpados de mudar nossas crenças; por exemplo, imaginando que precisamos ser herdeiros não do afeto, mas, sim, das crenças de pessoas que viveram em outra época. Ao desaprender, você,  tem que conciliar com sua consciência de que não está em litigio com as figuras de afeto do seu passado, só quando você abandona o orgulho de achar que sabe é que você tem uma chance de liberar espaço no seu disco rígido mental.   Por fim, reconhecer que sempre há tempo de desaprender é a grande sacada para retirar as travas existenciais que tanto impedem você de crescer.

Marcos Bersam
Psicólogo

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