SURTO DE SINCERIDADE
A consciência empurra sua vontade
de falar “toda a verdade”, entretanto, o medo faz você pensar um pouco mais
acerca da melhor atitude. O desassossego patrocinado pela culpa faz você optar
pelo clichê de que um casamento ou relação verdadeiro deve comportar toda a “verdade”
e sinceridade. Nesse afã de corresponder ao que lhe foi ensinado – relação perfeita
não tem segredo, atualmente fez você arrepender-se de confessar seus
pensamentos e atos do passado.
A crença de que a verdade libertaria você da
culpa não funcionou do jeito idealizado. Então, o “outro” não quer apenas a
verdade, deseja saber os pormenores e detalhes que você não concorda em dizer. Afinal,
perceber o sofrimento do outro faz você questionar-se se fez a melhor escolha.A
ideia de você precisava compartilhar seus segredos, claro, não considerou se o “outro” teria condições
de suportar a “verdade”.
Algumas conversas sinceras são motivadas pelo egoísmo,
sim. Então, ser o arauto da sinceridade a qualquer preço pode ser uma estratégia
egoísta de livrar-se tão somente do que lhe faz mal. À culpa fez você pensar
mais em você do que no outro, claro, com a justificativa da lealdade e justeza.
O orgulho costuma não dispensar oportunidades de parecer melhor do que, em
tese, se é.Enfim, o motivo de dizer a “verdade”, nem sempre, é patrocinado pelo
senso de honestidade, também é possível sob o verniz da sinceridade patrocinar
a vingança, o egoísmo, e as estratégias para despertar no outro a inquietude
que um dia esteve só dentro de você. Ao decidir ser honesto resolva,
primeiramente, a culpa dentro de você, pois tal sentimento mal resolvido
convida o egoísmo a assumir a dianteira no surto de sinceridade.
MARCOS BERSAM
PSICÓLOGO
WHATS: 32 98839-6808
Nenhum comentário:
Postar um comentário