PSICOLOGIA DO ALARME
Antes de você pensar e decidir em
comprar um alarme, claro, existe uma consciência de que você está ameaçado. O
medo foi o patrocinador de sua decisão de proteger seu patrimônio. Então, o
alarme eficiente é aquele que funciona quando é preciso, assim, um animal, uma
corrente de vento, uma trepidação não pode ser suficiente para acionar o
dispositivo do alarme. Assim sendo, alguns alarmes por defeito de fábrica ou
por ajustes na sua configuração disparam sem necessidade, inclusive causando
incômodo e desassossego.
Ora, a mente ansiosa em excesso também funciona como
um alarme desajustado, a ansiedade é um alarme que temos em nossa mente, ou
seja, capaz de identificar aquilo que nos ameaça; logo, acionar, na hora certa,
ações que protejam sua integridade.
No entanto, do mesmo modo que o
alarme desajustado funciona equivocado, também a mente ansiosa liga o
dispositivo ansioso quando não é necessário. Daí, tudo ser ameaçador ao ego –
desaprovação social, medos de não ser aceito, medo de fracassar, medo de não
ser amado, medo de não conseguir, medo da vida, medo de ser feliz, medo de
dizer não.
Quando a pessoa deixa o alarme da
ansiedade ligado sempre, a consequência é o adoecimento físico, o colapso do
organismo, a fadiga e esgotamento. Outro perigo de não deixar o alarme ansioso
ajustado é resolver substituir ele por medidas de segurança drásticas, por exemplo,
colocando trancas, cadeados e fechaduras em todas as portas e janelas. De
resto, você sente-se protegido, porém, fica preso dentro de si mesmo e perde a
oportunidade de viver. A maior de todas as trancas, sem dúvida, é a neurose.
Marcos Bersam
Psicólogo
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