FAZENDO E RECLAMANDO.
Em nenhum momento foi cogitado afirmar que fulano não trabalha ou não seja responsável nas suas obrigações diárias, portanto, tem sido difícil aguentar o rosário de lamentações e queixas, que sucedem a conclusão de algum afazer. A perspicácia mais débil percebe o quanto o sujeito sente-se orgulhoso de dizer que, fez isso ou aquilo, em prol de todos, claro, isso tudo, com um tom de lamento, sacrifício e sofreguidão. A grande questão é que toda pessoa perfeccionista, ou seja, tem no controle e na exibição sofrida sua gratificação pelos feitos.
Então, a capacidade de reclamar tem sido inversamente proporcional ao desejo de delegar tarefas, tampouco é justo reivindicar justiça e reconhecimento. A pessoa que busca ,desenfreadamente, alivio para sua sobrecarga, nas queixas insistentes, em tese, trapaceia suas reais necessidades emocionais. Tal indivíduo sente-se o único a ser capaz de fazer algo, logo não tem sentido pedir ajuda e ser auxiliado, assim, precisa da fadiga e do esgotamento como moeda de reconhecimento de seus feitos.
A queixa, por vezes, torna-se uma viga importante no edifício neurótico, quando ouvir uma lamentação é imprescindível saber que a pessoa pode estar numa zona de conforto-orgulho do lamento. O sujeito centralizador acaba sendo arrogante e desmerece qualquer ajuda, então, frases do tipo: Só eu sou capaz de fazer! Ninguém sabe fazer o que faço! Todos fazem sempre tudo errado!
Ora, aceitar que o outro possa fazer e desempenhar sua função aponta para o vazio, retira o deleite do controle, confisca a pretensão de ser perfeito. Finalmente, antes de alardear seu cansaço e esgotamento, torna-se honesto reconhecer até onde foi sua habilidade de delegar, caso isso não tenha acontecido sua queixa é apenas um “gozo casual”.
Psicólogo Marcos Bersam
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