Diante de um perigo-real ou imaginário, temos dois caminhos a seguir: lutar ou fugir. Quando uma gazela é atacada por um leão, claro, ela não vacila e sai em disparada em busca de um lugar seguro. Ou seja, ela escolhe a fuga de forma instintiva; nem por isso envergonha-se.
O ser humano nem sempre pode fazer como a gazela numa planície; então fugir da ameaça torna-se um exercício de dissimulação. A capacidade de pensar do homem não só promove a construção da civilização, como também aprisiona ele numa masmorra de aflições e ansiedades. A ansiedade nasce da dificuldade de reconhecer as ameaças.
O homem sente medo, porém, não fica bem perante seus pares; aí reconhecer sua fragilidade é desconcertante. Entre o dever de enfrentar a ameaça e a consciência de sua covardia, elege uma posição intermediária- a hipocrisia.
A pessoa tende sempre a fugir quando o perigo é visto como grande demais. Raramente, usamos pernas para fugir de nossos medos, optamos por mecanismos mentais forjados no Ego. Assim sendo; desde então, costumamos mudar a realidade para atender a nossa necessidade de satisfazer o “olhar do outro”. Portanto, vivemos presos a uma imagem do que não somos; só quando você enfrenta os medos pode não precisar ser tão “perfeito”, "bonzinho", "ranzinza".
A lista de habilidades do ego é grande: mudar; trapacear; enganar; adiar; fingir; dissimular; ocultar quando estamos diante de ameaças, principalmente imaginárias. A pessoa precisa continuar patrocinando sua imagem externa , às custas , de sua ansiedade e mal-estar; eis o preço a ser pago por não reconhecer e enfrentar seus reais medos.
Marcos Bersam
Psicólogo
Psicólogo
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