O PIOR DOS VÍCIOS.
Quando o “amor” vicia.
Fortuitamente, escolha o vício
que mais lhe atormenta e impacta; por exemplo, o vício de comer doces; massas; açúcares, como também, jogos, sexo, compras e drogas de todo
tipo. Ao passar em revista o panorama do comportamento e rotina do viciado, temos a seguinte certeza: - O fracasso em abandonar e renunciar o hábito destrutivo, aponta o colapso
da vontade e asfixia do livre arbítrio.
Todo vício desertifica a vontade
e o livre arbítrio, nesse cenário fica muito difícil eleger o mais cruel dos vícios, no entanto,cresce a
constatação que a dependência emocional figura com um dos mais difíceis de serem abandonados e tratados.
Ou seja, a pessoa acha-se incapaz
de abandonar uma relação, mesmo tendo consciência de que a mesma corrói os
tecidos da alma, sem visibilidade para a família e amigos. Sobretudo, essa falta
de sinais externos, amordaça o "grito de socorro” pela crença na "boa intenção" do outro em lhe ofertar "amor". O aspecto silencioso e emudecido da dependência emocional, em parte, gera uma atmosfera de consentimento masoquista. Por isso, o medo de ser abandonado e não ser
suficientemente capaz de gerir sua vida; avizinha-se com certeza, dos piores cenários
desoladores impostos pela lógica do vício. Assim, sem escandalizar a sociedade, você, fica agasalhado na pseudo segurança da relação, torna-se refém e testemunha de uma violência justificada e incentivada.
O amor é a justificativa para adiar uma
atitude de rompimento, então, sob o jugo da autopiedade e do verniz do amor, a
pessoa acredita que sofre e precisa patrocinar com a esperança amedrontada da solidão as seguinte crenças : " ele faz isso por me amar", " é apenas uma fase", "não vivo sem ele".
A dependência emocional é o pior
dos vícios; escraviza patrocinado pelo amor, impede o crescimento e, por último, mata a pessoa ainda em vida, transforma o indivíduo em uma
sombra existencial e sequestra a subjetividade característica do indivíduo. A
certeza de ser incapaz de cuidar de si mesmo, faz reviver a dinamica de desamparo da infancia, eis que numa amenesia imposta pelo medo a pessoa acredita ser uma criança a beira do perigo. De resto, na tentativa de gerenciar a angústia que pulsa no íntimo, eleger um relacionamento e a tentativa última de não sofrer a síndrome de abstinência do medo de não ser amado, porquanto faz a pessoa automedicar-se com pessoas, que são venenos em frascos de
remédio.
Marcos Bersam
psicólogo
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