segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ASTRONOMIA DAS EMOÇÕES

Resultado de imagem para crianças vendo estrelas

Voluntariamente, experimente ser sabatinado pela curiosidade de uma criança. Digamos que o tema seja questões e dúvidas pertinentes às constelações de estrelas; sol; lua; atmosfera e coisas do espaço. Certa vez, após um adulto aceitar tal desafio; deparou-se com a seguinte indagação de um garoto: - Onde tinha ido parar as estrelas,da noite anterior, ao raiar o dia? A dúvida juvenil era pertinente à sua maturidade intelectual,pois,ele não conseguia entender o porquê de não conseguir enxergar as estrelas,concomitantemente, com o alvorecer do dia.

A dúvida pueril era renitente na cabeça daquele garoto, assim a única explicação arranjada pelo seu pensamento mágico, era haver um rodizio entre o sol, a lua e as estrelas. Na cabeça dele, o céu não era grande o bastante para conciliar e abrigar tantos elementos luminosos. Portanto,a crença daquele menino entendia que para algo existir; outro teria que desaparecer. O garoto se perguntava: - Seria justo perder um espetáculo em prol do outro? Por que não posso ficar durante o dia com o brilho das estrelas?

A maturidade emocional e intelectual do garoto condicionava o existir; em face do apalpar com o olhar. Então, nessa fase da meninice; eis que os olhos funcionavam como régua da realidade,não havia o ingrediente intelectual para abstrair conceitos. A capacidade de iludir-se era patrocinada pela inocência do que os olhos testemunhavam, ou seja, o imponderável era asfixiado pelos sentidos.

Desta feita, alguns adultos ficam incrédulos como esse garoto, quando o universo observado é a nossa galáxia interior de afetos, emoções e sentimentos, por exemplo, no lugar de astros; estrelas; constelações está em órbita relações, conflitos, medos e dúvidas.Então, ao acordar num determinado dia; você,não consegue mais enxergar a cumplicidade de seu parceiro; o diálogo deu lugar a crítica contumaz; a admiração saiu de cena e a falta de diálogo não está configurada no layout do seu céu interno.

Por isso, que alguns adultos teimam em acreditar que, para haver uma coisa tem que eliminar outras emoções; assim o amor só pode acontecer aniquilando o ódio; a raiva é escanteada para outras galáxias. O movimento de rotação e translação existencial faz você evidenciar o que é oportuno para cada ocasião, claro, que a fase da paixão deixa o sol brilhar por mais tempo, em tese, as sombras da noite são negligenciadas. A paixão é um colapso no movimento de rotação do planeta emocional.

O inconsciente é a forma que temos de encobrir coisas que continuam existindo à revelia do nosso querer, portanto, tal como o alvorecer do dia não confisca as estrelas no firmamento; a falta de percepção das nossas mazelas emocionais, principalmente, do outro não deixarão de existir no universo relacional.

Quando entendemos que habita na mesma pessoa - o amor com o medo; a dúvida com a certeza;  a esperança com o receio; o limite com a entrega; o não com o sim; a liberdade com impossibilidade; por fim, a necessidade com o supérfluo, fim com o recomeço.

Indubitavelmente, as emoções e sentimentos sempre ficam abrigados sob a mesma constelação – inconsciente,isto é, quem olha para nosso universo externo –Ego; tem apenas uma ideia pálida do que está por trás, em outras galáxias inexploradas. O nosso céu de emoções não tem andares, nem repartições ou gavetas. Está tudo lá, ora submerso na noite do inconsciente; outras tantas vezes em evidencia, com todas as luzes que iluminam o picadeiro do dia – o consciente.

A imaturidade emocional faz com que a pessoa exija do outro o desaparecimento de coisas que fogem ao controle, afinal, algumas pessoas condicionam o amor ao desaparecimento da liberdade, exigem afeto desde que a individualidade do parceiro não seja mais percebida, argumentam que o amor deve afastar as pessoas. A condição para crescer impõe leis inegociáveis, ou seja, o céu de nossos afetos não obedece o nossa vontade e querer.

Com a mesma perplexidade do garoto que não compreende como as estrelas podem continuar no céu durante o dia sem serem notadas. As emoções mais sombrias que temos está mantida prisioneira da invisibilidade provocada pelo inconsciente. Nosso consciente é como um dia iluminado; permite que continuemos sendo assistidos pelo brilho dos raios solares; sim. Porem, concorrendo com o espetáculo majestoso das estrelas sob nossas cabeças; mesmo invisíveis. No entanto, elas não entram de férias e nem deixam de existir.

Então, você está isento de escolher cenários mais adequados, desobrigado de ser contemplado por uma intensidade exclusiva de luz; pois, o contraste do que é visto está relacionado com suas necessidades no momento. O inconsciente, a repressão, o desejo funciona como atmosfera que nos facilita ou impede de ver o que precisamos e queremos. A habilidade e competência para enxergar além dos limites da retina, nos convida a transcender e ser tolerantes. Aliás, degustar o crescimento psicológico com a certeza de que, você pode aproveitar o sol flamejante do dia, emoldurado pelo brilho continuo das estrelas; da noite anterior. De resto; uma luz não compete com a outra - assim  continua agasalhar todos; mesmo no anonimato do alvorecer.

marcos bersam
psicólogo

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