NÃO ENTENDO
ELE.
A relação
estava indo de vento em popa; entretanto, de uns tempos para cá, você insiste
em entender o seu parceiro. Agora, debruça-se no escaninho da razão, convoca a
lógica e a simetria cognitiva para compreender os comportamentos dele. Ora, como
uma equação matemática, você, tenta encontrar o raciocínio que justifique tais atitudes.
De modo geral, quando chega à fase de tentar entender o outro, o sofrimento
avizinha-se, e anda de mãos dadas com sua razão combalida. O amor não requer
explicação, as emoções positivas e benfazejas dispensam raciocínio, na
contramão, a neurose e relacionamentos doentios necessitam de justificativas e
álibi, por exemplo, precisa da muleta da razão para empurrar você um pouco mais
para o terreno movediço, ou seja, para o lamaçal das paixões insanas. Então, de
fato, querer entender, também, é algo residual de sua esperança adoecida, logo
faz você imaginar que pode salvar e mudar o outro. Em suma, quando temos
justificativas, naturalmente, temos esperanças de que o outro vai mudar acerca
de nossa ilusão. Finalmente, a prática
mostra que para terminar o sofrimento e relações doentias, torna-se
imprescindível, você desistir de entender os motivos – inconscientes, que, às
vezes, nem o, outro, sabe o porquê que te maltrata tanto.
marcos bersam
psicólogo clínico
e-mail: marcosbersam@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário