segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

ESPERANÇA NEURÓTICA

QUANDO A ESPERANÇA FAZ MAL.

Aprendemos, cotidianamente,  que a esperança é um sentimento nobre , e que sempre faz bem . No entanto isso não é  verdade, então , em muitos casos a esperança é um anestesia que nunca passa, logo podendo gerar um choque anafilático na alma.  Por isso, em alguns casos,  de relações afetivas que chegaram no limite, a recusa de aceitar o rompimento é fruto do apego egoísta. A esperança que violenta a autoestima, tripudia o bom senso e confisca sanidade da pessoa é algo patológico. Nesse palco de emoções, torna-se natural um dos amantes poupar o outro com o silêncio, ou com pseudo esperanças subliminares. Algumas mulheres dizem para mim: “marcos, mas porquê ele não fala que não me quer mais, que não me ama?” .  E natural que uma das pessoas queira aliviar a dor do outro com uma esperança mórbida, descompassada da realidade, órfã da covardia. A esperança, torna-se então um mecanismo cruel, quase sempre , potencializada pela dificuldade de uma das partes de recusar ouvir a verdade, inclusive, nesse pacto velado de trapacear a verdade a esperança anestesia o amanhã. Abrir mão da esperança no momento certo, entretanto, é um mecanismo de saúde emocional. Quando a esperança, então,  cede lugar ao que deixou de ser dito por covardia, quase sempre , traz dor , decepção e amargura intensas. A esperança funciona nesses casos como uma barragem mal planejada; numa represa, então, chega um hora que ela precisa e será arrancada pelo movimento da vida.
Enfim, as relações afetivas, quase sempre apresentam personagens que usam com maestria a esperança de forma cruel, não seja vitima dessa esperança. Essa esperança não e fruto do amor, porém  do egoísmo. A esperança não e moeda de troca, não pode ser barganhada pelo medo ou pelo apego. A única esperança ,legitima , não está no outro,  na certeza , todavia, de que você nasceu para ser feliz.

MARCOS BERSAM
PSICÓLOGO


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