sábado, 30 de novembro de 2013

Euforia que te faz mal.

Você já sentiu que o outro é mais feliz que você? Já se perguntou se todos estão felizes de verdade? Será que todos, nas redes sociais, são tão felizes e bem resolvidos como você vê nas fotos? Você acha que o problema é você? Atualmente, vive-se numa época na qual alguns conceitos foram confundidos, então, temos mais pessoas eufóricas do que felizes, por exemplo, na euforia o sujeito quer fugir da depressão e da tristeza.  A euforia é um gatilho fajuto para o triste de ontem e o deprimido de última hora poder ganhar fôlego para mais uma crise de angústia.  E evidente que existem pessoas felizes, entretanto, a pessoa feliz não precisa se colocar numa vitrine digital para afirmar que chegou lá, certo?  O feliz não precisa se afirmar perante o outro, não precisa jogar purpurina no seu ego e ficar sob os holofotes da evidência digital. A euforia é um movimento exagerado, então, acontece uma hipérbole no transbordamento das emoções. Os excessos acontecem de modo sazonal, e amiúde em momentos pontuais do ano, tal como ano novo, feriados, natal, carnaval, então, quase sempre as festividades são emolduradas pelo shopping, álcool, compras, sexo, comida, gula, instintos primitivos, relações complicadas e plateia.  A euforia nada tem a ver com a felicidade; algumas pessoas veem que o outro está eufórico e não entendem que aquilo não é felicidade, logo se sentem estranhas e preteridas, estranhamente, ficam com inveja e despeito de algo que é fruto da doença emocional.  O exibicionismo é primo próximo da euforia, a insegurança recorre ao orgulho de tentar ser aquilo que nunca se foi.  O exagero e o superlativo, sempre, é o indicativo, não podemos esquecer que, querer exibir a felicidade também pode ser indicativo da euforia camuflada em fotos de “felicidade extrema “-Crises eufóricas- nas redes sociais”. As fotos desse tipo são uma espécie de chancela, para dizer ao outro: “sou feliz”!” “não sou triste” “não sou deprimido”. E quase um documento registrado em cartório, com direito a todos os carimbos possíveis.  Percebo que o eufórico de plantão necessita de plateia, pois é a mesma que pode acariciar seu ego já combalido e carente. Na verdade sempre tivemos eufóricos no mundo, no entanto parece que temos mais hoje em dia, simplesmente, porque temos mais plateia, mundo virtual. Definitivamente, nas redes sociais, que é um recorte de nosso momento atual, verifica-se que temos mais pessoas eufóricas disfarçadas de felizes do que nossa imaginação permite conceber. Então, não fique triste, você pode ser feliz sem a necessidade de crises de euforia.

Psicólogo Marcos Bersam


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