A cartilha dos bons
modos, sabiamente, nos ensina que para parecermos inteligentes, agradáveis e
polidos é apenas necessário concordar diante da opinião do outro. E quando o
assunto é discordar a coisa se complica. Quais são os verdadeiros motivos, que
nos levam a expor nossa divergência sobre determinado tema? Com isso, ainda
crianças, aprendemos que as pessoas corajosas, destemidas e de personalidade forte discordam e são francas,
porém, antes disso tudo costumam serem rudes, indelicadas, violentas e cheias
de soberba. Você pode discordar sem a necessidade de ferir, com a mansidão
necessária para conviver com a diferença. Ao discordar você deve colocar no
escaninho da modéstia seu orgulho e vaidade, deve pedir licença ao ímpeto de
disputa, de rivalidade. A arte de discordar é eivada da empatia, tolerância, e
do equilíbrio emocional. A arte de discordar não necessita, sempre, de expor
sua divergência, às vezes o seu silencio pode responder por você. Discordar não
deve ser uma filosofia, por conseguinte, discordar pode ser o mecanismo
equivocado pra lidar sua insegurança, incertezas, e baixa autoestima. Algumas
pessoas querem se afirmar pelo não, pelo conflito, pelas rusgas inerentes ao
discordar. Usar esse mecanismo de forma compulsiva é apenas uma das estratégias
para lidar com a necessidade de se autoconvencer de algo. Em alguns momentos
discordar é um grito de desespero, uma estratégia para se tornar visível, para
sair do anonimato que você tanto teme. Não e problema algum discordar, porém,
quando se torna obrigação deixa de ser algo saudável. No entanto, ficar com o
discernimento embotado, não conseguir avaliar de quem, quando e de que forma se
discorda, ou seja, sair atropelando todos em nome de sua franqueza; pode
revelar uma neurose. A arte de discordar evita dissabores desnecessários,
então, ser ponderado e entender que temos
diversas formas bem mais inteligentes para divergir, por exemplo, tais
como: exemplo, conduta, silêncio e serenidade de seu ponto de vista.
Marcos Bersam
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