segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A ARTE DE DISCORDAR.



A cartilha dos bons modos, sabiamente, nos ensina que para parecermos inteligentes, agradáveis e polidos é apenas necessário concordar diante da opinião do outro. E quando o assunto é discordar a coisa se complica. Quais são os verdadeiros motivos, que nos levam a expor nossa divergência sobre determinado tema? Com isso, ainda crianças, aprendemos que as pessoas corajosas, destemidas e de personalidade forte discordam e são francas, porém, antes disso tudo costumam serem rudes, indelicadas, violentas e cheias de soberba. Você pode discordar sem a necessidade de ferir, com a mansidão necessária para conviver com a diferença. Ao discordar você deve colocar no escaninho da modéstia seu orgulho e vaidade, deve pedir licença ao ímpeto de disputa, de rivalidade. A arte de discordar é eivada da empatia, tolerância, e do equilíbrio emocional. A arte de discordar não necessita, sempre, de expor sua divergência, às vezes o seu silencio pode responder por você. Discordar não deve ser uma filosofia, por conseguinte, discordar pode ser o mecanismo equivocado pra lidar sua insegurança, incertezas, e baixa autoestima. Algumas pessoas querem se afirmar pelo não, pelo conflito, pelas rusgas inerentes ao discordar. Usar esse mecanismo de forma compulsiva é apenas uma das estratégias para lidar com a necessidade de se autoconvencer de algo. Em alguns momentos discordar é um grito de desespero, uma estratégia para se tornar visível, para sair do anonimato que você tanto teme. Não e problema algum discordar, porém, quando se torna obrigação deixa de ser algo saudável. No entanto, ficar com o discernimento embotado, não conseguir avaliar de quem, quando e de que forma se discorda, ou seja, sair atropelando todos em nome de sua franqueza; pode revelar uma neurose. A arte de discordar evita dissabores desnecessários, então, ser ponderado e entender que temos  diversas formas bem mais inteligentes para divergir, por exemplo, tais como: exemplo, conduta, silêncio e serenidade de seu ponto de vista.


Marcos Bersam 

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