terça-feira, 22 de janeiro de 2013

VOCÊ E UMA MULHER FÁCIL?



Você é uma mulher fácil?

                        Quando menos estou esperando, lá surge a pergunta: “Estou sendo fácil demais?”. Algumas mulheres ficam sempre em dúvida, ou seja, no primeiro encontro devo ir pra cama? Olha o assunto é muito mais complexo do que parece, todavia é importante ressaltar que essa “facilidade” que a mulher tanto teme perpassa uma ida ao motel na primeira noite. E não é difícil, lembrar-se dos conselhos dos antepassados, por exemplo, “moça de família tem que ser respeitada”, “Respeite a filha dos outros”. No dia a dia, vejo o seguinte: Algumas mulheres não permitem serem conquistadas, por exemplo, a facilidade aventada por elas não se restringe ao sexo, na verdade essa disponibilidade emocional permanente e constante gera quase sempre no homem uma sensação de tédio e monotonia.  A mulher tida como “fácil”, talvez seja a mesma mulher que viva uma disponibilidade incondicional e permanente na relação, com toque de uma previsibilidade enfadonha.
                       Quero dizer que algumas mulheres, mal começam a sair com o sujeito já se comportam com esposas de longa data, essa mulher, com uma ansiedade inquietante, não deixa o tempo ditar o ritmo da saudade e da falta. Nesse ínterim, a saudade, a espera, o não são colocados de lado, a mulher “fácil” é aquela que ansiosa demais não deixa espaço para o homem conquistá-la, numa espécie de urbanismo afetivo, a mulher vai pavimentando o caminho, retirando o que ela entende como entraves da relação. Na verdade a mulher fácil é a mulher ansiosa demais, por exemplo, aquela que coloca todas as fichas relação afetiva. Como se ela pesasse: “Não posso ficar sozinha, tem que dar certo”.
                       Então a mulher fácil diz “Sim”, não por acreditar na sua escolha, mas quase sempre por medo. Quando menos espera o homem começa a demonstrar desinteresse pela relação, a facilidade e disponibilidade emocional acabam sendo fruto da anulação existencial da mulher, o homem que se apaixonou lá atrás por uma mulher, nos dias atuais não mais reconhece aquela imagem da mulher de ontem. A mulher acredita que mudar fará com que o homem a admire mais e mais, portanto isso não acontece.  A mulher “fácil” não e aquela que sai a primeira vez para ter uma relação sexual, mas sim aquela que acredita na equação de que deve se anular que deve concordar sempre com o outro, mesmo passando por cima de crenças e valores.
                       Ser fácil é estar ansiosa demais para entender que as dificuldades e rusgas da relação podem ser também o tempero a mais para a manutenção da mesma. Então a mulher fácil dos dias atuais é aquela que deseja ser perfeita demais, e nada mais entediante do que a mulher ideal, daquela que não existe. O perfeccionismo buscado pela mulher na relação acarreta quase sempre a tentativa de controle das variáveis que fogem do controle. A tentativa de controlar o que é impossível, quase sempre causa a culpa. Responsabilizar-se por tudo e característica da mulher “Fácil”. Muitas de vocês devem estar pensando: o segredo é ser difícil? A mulher interessante, ou que desperta o interesse do homem, é aquela que está em harmonia, centrada, controlando a ansiedade. Que sabe que as coisas acontecem no seu tempo, não adianta acelerar. Na verdade a mulher “difícil” é aquela que não está aflita para ter uma companhia, entende? A mulher interessante é aquela que não negocia sua individualidade, singularidade e que não perde sua identidade por estar se relacionando ou querendo se relacionar com alguém. Então vamos celebrar o mínimo de contrariedade, de desalinhos, pois ser você pode ser o caminho mais curto para ser vista como “difícil” e aí ser um desafio a mais para o homem.
                      A mulher “fácil” acaba sendo desinteressante por fomentar a certeza masculina, gera no homem uma acomodação, entretanto, conquistar é inato ao homem. O tempo de conquistar na relação não deve ser encurtado demais, nem invertido de forma abrupta. A mulher deve se permitir ser conquistada, só que algumas por ansiedade querem inverter os papéis. Afinal, nada mais afrodisíaco do que a pergunta masculina: “Que mulher é essa”?
                      

Marcos bersam
Psicólogo clínico

4 comentários:

  1. Muito bem colocado, Dr. Bersam. Uma situação para ser analisada.

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  2. Muito interessante. Não havia pensado dessa forma.

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  3. Excelente texto! Como precisava ter este conhecimento! Abraços

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