domingo, 3 de julho de 2011

NEM SEMPRE COMPETÊNCIA É SAUDÁVEL.

  • Quando a neurose é enaltecida. Porque não consigo terminar minha relação?
  • É bem verdade que a minha meia dúzia de leitores deve estar asseverando que estou sem assunto e não tenho mais do que falar no site; olha é bem verdade que às vezes tem sido muito difícil me inspirar; talvez seja a confusão de estações do ano; pois já chegou o inverno e o frio está menos intenso. Sei lá se isso afeta alguma área do cérebro. Coincidência ou não o inverno com a temperatura baixa faz minha agenda no consultório ficar mais solicitada. Dizem que de médico e louco todos tem um pouco; vamos admitir que muitas vezes queremos sugerir, aconselhar e apontar defeitos e dificuldades na personalidade do outro; e outras vezes admirar e se inspirar em comportamentos tidos como exemplares. Olha se eu lhe dissesse que o sujeito é responsável; confiável; meticuloso e competente e que outro é carente, frágil, incapaz e incompetente. E lhes perguntar o que se assemelha nessas duas personalidades; por incrível que pareça podemos estar falando em ambos os casos de sujeitos neuróticos. Você amigo leitor deve estar pensando como assim Psicólogo; é verdade a doença mental no caso a neurose aparenta ser diferentes; mas todas aparentam em sua dinâmica sofrimento e elevada ansiedade diante de situações cotidianas. O limiar da doença não está no fato de se sentir competente ou incompetente; ou seja o senso de competência extremada não absolve o sujeito da doença; pois o competente extremado; o perfeccionista de plantão quer dizer algo; ou as vezes pedir socorro. Nesse caso isolado temos de um lado uma personalidade obsessivo compulsivo; nessa modalidade de neurose temos indivíduos que são perfeccionistas; severos consigo mesmo e exigentes com os demais; para eles os outros são incompetentes e irresponsáveis. Esses indivíduos gostam falar “eu sei o que é melhor”; “os detalhes são cruciais” “as pessoas deveriam se esforçar mais” agora imagina um sujeito desses num relacionamento ou como pai. Não precisa comentar e imaginar que o outro que se envolve com ele se sente tolhido e controlado; até porque para essas pessoas a criatividade passa longe de sua conduta; um trabalho que requeira inovação; ousadia; empreendedorismo é evitado. Essas pessoas são hábeis em criticar; avaliar; e punir. Na verdade nossa educação enaltece pessoas assim; pois ninguém vai discordar que o capitalismo precisa dos neuróticos obsessivos compulsivos bem como algumas instituições bem autoritárias também; haja vista alguns fanáticos religiosos ou grupos de determinada ideologia. A dúvida; o questionamento e a liberdade de expressão causam determinada angústia. Já a outra personalidade é conhecida como transtorno de personalidade dependente. Espera sempre que o outro seja nutridor; competente; ou seja, o outro passa a ser idealizado. O outro não é real; é comum ouvir de pessoas que apresentam tal transtorno: “eu preciso de você para viver” “ sem você não sou ninguém” “ se você me largar eu morro”; ou seja o outro não é coadjuvante no alcance da felicidade; sem ele sou incapaz. Na verdade temos nessa personalidade uma dinâmica que mantém relacionamentos dependentes. Estou querendo dizer que temos certo grau de dependencia sim ; mas não podemos acreditar que precisamos do outro para ser feliz; então imagina um encontro casual numa festa de um obsessivo com um transtorno personalidade dependende. Pode ter certeza que em breve os mesmos juntaram as escovas de dentes; ou seja um busca no outro o que falta em si. Um desavisado pode achar que está diante do casal de comercial de margarina; já viram nesses comerciais como o casal é perfeito; jovens, ricos e bem sucedidos; viril; sensual e tem filhos que parecem acordar com os dentes escovados e os cabelos penteados. E sem falar naquela mesa farta de café da manhã; muito perfeito pra ser real. Depois que passa a fase da conquista é aquela velha estória;: Doutor sei que não amo mais meu marido; mas não consigo sair da relação. As amarras que os une transcende a compreensão racional; os laços ou grilhões foram forjados na profundezas das crenças e esquemas inconscientes. De modo geral a parte menos doente quer sair da relação; mas a mais comprometida faz ameaças e chantagens; ou seja quer impedir o outro de evoluir; as vezes reforçada pelos aparelhos institucionais da sociedade; família e igreja. Então lembrando a célebre frase: “ninguém de perto é normal” é bem verdade; nossas neuroses as vezes se explicitam nas melhores intenções e nas virtudes mais aplaudidas da sociedade capitalista; enquanto miramos no que parecem mais vulneráveis e doentes vamos nos enganando e acreditando que somos o lado bom. Então é chegado a hora de entender que qualquer doença vive e sobrevive de um pacto; então se você está com alguém doente é porque você também tem em você um lado enfermo bem acentuado; pois quando a saúde quer manifestar não há prisão ; masmorra ou relacionamento que impeça do seu renascimento acontecer.

Dr.marcos bersam

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